UE considera que Israel comete crimes, mas… – Jornal Mapa
A análise do serviço diplomático da UE (Serviço Europeu para a Ação Externa – SEAE) e da Comissão Europeia sobre se as acções de Israel merecem o congelamento do seu acordo de associação foi divulgada na íntegra pela primeira vez pelo site EUobserver. O documento «restrito», de oito páginas, foi distribuído às embaixadas dos Estados-Membros…
A análise do serviço diplomático da UE (Serviço Europeu para a Ação Externa – SEAE) e da Comissão Europeia sobre se as acções de Israel merecem o congelamento do seu acordo de associação foi divulgada na íntegra pela primeira vez pelo site EUobserver.
O documento «restrito», de oito páginas, foi distribuído às embaixadas dos Estados-Membros em Bruxelas na sexta-feira (20 de Junho). Nele, a UE corrobora as alegações da ONU de que Israel é culpado de «ataques indiscriminados… fome… tortura… tortura … [e] apartheid» contra os palestinianos.
Entre outras coisas, o relatório conclui que «com base nas avaliações efectuadas pelas instituições internacionais independentes, há indícios de que Israel estaria a violar as suas obrigações em matéria de direitos humanos, nos termos do artigo 2º do Acordo de Associação UE-Israel”, o que é motivo para o congelamento desse tratado com 25 anos, e que poderia custar a Israel mil milhões de euros por ano em benefícios comerciais.
«A fuga de informação do SEAE deixa bem claro que as instituições da UE sabem muito bem o que está a acontecer em Gaza (…) e que não o negam, nem procuram justificá-lo de uma forma bizarra», disse H.A. Hellyer, do Royal United Services Institute, um grupo de reflexão com sede em Londres.
«Se a UE não atuar de acordo com as conclusões deste documento, a sua credibilidade será incrivelmente prejudicada», afirmou Hellyer, numa altura em que os ministros dos Negócios Estrangeiros e os líderes da UE se preparam para discutir o seguimento a dar a este documento em Bruxelas, esta semana.
Lembremos que um anterior relatório do Serviço de Negócios Estrangeiros da UE sobre Israel, realizado em Novembro passado, também falava de «crimes de guerra» israelitas, mas não deu origem a qualquer acção.
Desta vez não deve ser diferente: o projeto de conclusões para a cimeira da UE da próxima quinta-feira, a que o EUobserver teve acesso, deixava em aberto, de acordo com este site, «o que os dirigentes da UE tencionavam dizer sobre o documento de Kallas, deixando-os livres para “tomar nota” passivamente, em vez de subscreverem corajosamente as suas conclusões».
Foto: Outros Ângulos
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